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Tempo e calcinhas maiores no varal

Volta e meia eu me espanto com a efemeridade da vida e o passar (tão rápido) dos anos. Desta vez, estendendo algumas calcinhas da pequena no varal caiu a ficha do quanto ela cresceu. Fisica e emocionalmente. E dá aquele friozinho na barriga de que a gente fez tudo certo até agora misturado com 'eu poderia ter feito mais'. Quem nunca?! As deliciosas culpas da maternidade. E foi nessa reflexão, admirando aquele varal de calcinhas, que percebi o quanto dei de mim a este ser. E o quanto aprendi com ela, como ser humano, mulher e mãe. Impressionante como achamos que ensinamos mas na verdade são eles que nos ensinam tanta coisa... A 1a e a mais cruel de todas as lições: TUDO PASSA. Por incrível que pareça, e eu estou falando com propriedade no assunto (como mãe de uma criança atípica), aquele momento que parecia infernal e interminável... Passou. As mamadas de 3 em 3 horas. As noites mal dormidas. As contas se acumulando porque eu tinha que me virar para comprar fralda, remédio

Letícia e sua ideia sobre Namoro/Casamento da Mamãe

Eu estava cozinhando o almoço, ela estava dentro de uma bacia, pós banho, brincando com alguns brinquedos... Conversávamos aleatoriamente quando surgiu (da parte dela) o assunto sobre eu ter um namorado e/ou um dia vir a me casar. Não é de hoje que sua opinião é a mesma. Eu preciso ser 'só' dela. <3

14/06/2017

Hoje, na hora da saída da escola, a tia veio conversar sobre o comportamento de Letícia. Algo que eu já havia notado mas achava que era implicância minha. Sim, sou muito atenta com tudo relacionado a preconceito e seus afins mas observo mil vezes antes de tirar qualquer conclusão precipitada. Letícia chamou (não foi pela 1a vez) a coordenadora de 'pretinha'. A tia conversou na hora, disse que colocou de castigo... Concordei e vim pra casa conversando com Letícia, como sempre  faço, explicando que isso era um comportamento muito feio etc etc. Hoje foi dia de capoeira. No final do treino todos fazem uma roda, damos as mãos e rezamos. Eis que Letícia, segurando uma de minhas mãos, tinha que dar a mão para uma outra menina ao lado dela (20 e poucos anos talvez, sou péssima em chutar idade). Letícia se negou, mesmo eu falando 'dá a mão pra ela agora!' A resposta foi: não mãe, ela é 'preta'. Pára tudo. Aquilo me deu um ódio... Eu não conseguia acreditar naqu

Maio de 2017

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('Mãe! Eu sou uma pizza!') Atualizações: -> Capoeira - Pequena começou na aula de Capoeira e tem demonstrado bastante entusiasmo e interesse. Tem dias que não fala em outra coisa a não ser que é dia de Capoeira. Bate no pandeiro de brinquedo, canta as músicas (ok, ela não canta, mas eu sei que a intenção é essa), e fala (incontáves vezes): 'Ginga mãe, ginga!' -> Antecipando diálogos - Comecei a observar (no final de Maio) que ela vem antecipando diálogos. Seria como 'precipitar' ou supor oq eu irá acontecer: quando estamos nos aprontando para algum lugar ou alguma coisa que ela sabe que irá acontecer naquele dia em específico, não necessariamente instantâneo, pode ser algo que ainda acontecerá (futuro) ela pergunta: 'E o que fulano irá dizer? E o que eu irei responder?' Eu não respondo, eu pergunto a mesma coisa e ela me traz o diálogo pronto. Como se estivesse ensaiando a ação futura. Perguntei a outra mãe que possui um filho autista e e

Respirando

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A verdade é que desde a 'descoberta' de que havia algo 'errado' com a pequena eu não tenho feito um acompanhamento por escrito. Sempre tive a vontade, mas faltava tempo - em meio a tantos médicos, acompanhamentos, estratégias, dia-a-dia corrido, trabalho etc. Letícia sempre me chamou a atenção: demorou por demais a andar e a falar. Quase 2 anos de idade quando tudo veio, uma coisa atrás da outra. Foi através da ortopedista (Dr. Sandra, lá na Tijuca/RJ) que surgiu o 'estalo', um encaminhamento para o neuro pois os pézinhos tortos dela, que havíamos passado 1 mês com bota de gesso para consertar, poderia ser alguma coisa relacionada com alguma Síndrome. A saga começava. Corre pra neuro, marca mais de 1 opinião - calhou de ser na mesma época em que estávamos de mudança do Rio de Janeiro para Guapimirim... Marquei, literalmente, uma marotona de médicos para letícia em teresópolis. descobri que em Guapimirim não tem nenhuma ajuda em termos de médicos e tera

Sobre: Rejeição

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Dói mais na gente do que neles. Porque a gente tem a malícia, o discernimento, a ideia do que é ser rejeitado. Quando eles passam por algo do tipo, e por mais que não seja a 1a vez, sempre parece ser a 1a vez. Dói. E é uma coisa que não deveria mas deve ser tratada como 'normal'. Ninguém agrada todo mundo. Seja por alguma diferença, seja por alguma ideia ou crença... Como é bom ser aceito! Sentir-se parte de algo maior que a gente! Mas quando acontece o inverso e somos excluídos, rejeitados... Isso magoa. Todos, em algum momento da vida, passamos ou passaremos por isso. E não deixará de doer menos quando acontecer. Sempre vai machucar porque no fundo ninguém quer ser excluído. Ser rejeitado muitas vezes entende-se (e de fato o é) não ser amado. Tem um texto que define bem o que acho sobre o tema da rejeição e você encontra AQUI . 'Afinidade é uma coisa tão natural quanto potente e que a gente gosta, sim, mais de uns que de outros. E que a gente não gosta de todo